Wibbly wobbly timey winey... stuff com sotaque canadense.
Convenhamos, séries canadenses nunca tiveram muita tradição,
principalmente comigo, poucas me cativaram (Flashpoint e Insecurity) e uma me fisgou
perfeitamente (Being Erica). Continuum é a nova aposta do canal canadense
Showcase e, por enquanto, pelos dois únicos episódios que vi, ela será a
primeira série que finalmente me pegou de jeito.
É o ano de 2072 e o poder publico está falido, se rendendo
às grandes corporações, que não pensaram duas vezes em assumir o poder para “salvar”
o mundo, no meio disso tudo está Kiera Cameron (Rachel Nichols), uma policial
que tem uma roupa que lava, passa, cozinha, muda de cor, acessa caixas
eletrônicos, acessa twitter, facebook e até atualiza automaticamente sua
Farmville, caso precise colher aquela arvore de Jabuticaba antes que ela
apodreça. Enfim, ela é uma badass mothafócka que precisa deter os Liber8, um
grupo de radicais que acreditam que o governo corporativo é maior furada e que
os Eike Batistado futuro tão detonando com a liberdade das pessoas.
Logo, a Liber8 vai pro topo da lista dos mais procurados e,
após eles demolirem um prédio inteiro com pessoas dentro em forma de protesto,
eles finalmente são capturados por Kiera, levados a julgamento e na hora da
execução, em que os Liber8 estavam todos aprumadinhos para botar em pratica seu
plano de voltar 6 anos no tempo e escapar da prisão, Kiera entra no meio da
festa e ela viaja junto com o grupo megaevil não para seis, mas para SESSENTA
anos atrás (mais precisamente 2012), agora ela precisa capturar de volta os
Liber8, escapar dos olhos tortos do seu parceiro Carlos Fonnegra (Scott
Webster), que acha que os Liber8 são só um grupo de paspalhos querendo encrenca
e, principalmente, voltar para 2072, onde deixou seu filhote com o papai.
O mais bacana de Continuum, além da roupa faz-tudo, é o
climinha sessão da tarde dos episódios, tudo com uma formulinha redonda, Kiera
mal chega ao passado e já tem seu sidekick, o nerd Alec Sadler (Erik Knudsen),
que em 2012 esta desenvolvendo a tecnologia da qual é feita o computador
ambulante que é Kiera. Isso sem falar da ação, que até se mostra competente ao
fazer Carlos e Kiera se escondendo de balas atrás de uma lona de plástico, tudo
uma questão de detalhes. Continuum tem um potencial enorme e uma história que
consegue te fisgar por se mostrar coerente.
Acredito que o principal problema de Continuum seja a
motivação dos personagens. Até porque não faço a mínima ideia de quais são os
nomes dos integrantes da Liber8, a série não se preocupou em apresentá-los devidamente
o que é uma pena, pois apresentar o vilão é tão importante quanto introduzir o
mocinho com prudência. Do mesmo jeito, me pergunto por que deveríamos torcer
por Kiera sendo que ela trabalha para o Governo Corporativo que oprimiu toda e
qualquer espécie de liberdade, enquanto que os Liber8 apenas querem ter a
liberdade do povo de volta? A motivação do grupo me soa bem mais
coerente que a motivação de Kiera.
Ainda estamos no segundo episódio, ainda falta muito o que
explorar, ainda falta muito o que melhorar e ainda falta muito para desistir de
Continuum, afinal, ainda vale a pena ver pela gatinha da Rachel Nichols..
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