Um The Good Wife mafioso e...
quem diria, interessante.
Série nova da ABC, Red Widow
não perde a oportunidade de usar The Good Wife como ponto de referencia, na
verdade, Red Widow utiliza várias séries com mulheres fortes em situações de
extrema carga emocional como referencia, não é à toa a minha comparação com The
Good Wife, ou Weeds, ou US of Tara (#sdds), ou The Big C, no caso de Red Widow,
comparar com essas séries não é demérito nenhum.
A tal da viúva vermelha do
titulo é Marta Walraven (Radha Mitchell), esposa de Evan Walraven (Anson
Mount), que é um contrabandista/traficante de drogas que utiliza seu negócio na
marina de San Franscisco como fachada, trabalhando ao lado de seu BFF Mike
Tomlin (Lee Tergesen) e de Irwin Petrova (Wil Traval), irmão de Marta e filho
de Andrei Lazarev (Rade Serbedzija) que também tem lá seus negócios ilícitos enquanto
se atraca com uma siliconada aleatória criativamente (?!) batizada pelos
roteiristas de poodle.
Tudo ia muito bem até que bate
uns cinco minutos no Irwin e ele rouba a carga de um tal de Schiller (Goran
Visnjic), quem é Schiller?! Só o f*dalhão das drogas da cidade, do tipo o peixe
grande que pode mandar te mandar só com um pigarro. Evan descobre e fica
possesso, quer devolver as drogas antes que seja tarde demais, mas já é tarde
demais, pois Irwin ia vender as drogas roubadas pros chineses, só que é
descoberto por James Ramos (Clifton Collins Jr.), um agente do FBI que tem lá
seus problemas éticos, mas que volta e meia recebe informações de Evan. Marta
descobre toda a confusão e dá um ultimato pra Evan: “Ou o negócio criminoso ou
eu!” E Evan decide largar tudo pra viver com a esposa e seus três filhos,
Gabriel (Sterling Beaumon), Natalie (Erin Moriarty) e Boris (Jakob Salvati),
todo mundo feliz da vida, certo? Errado! Na manhã seguinte a essa decisão, Evan
é assassinado na garagem da casa com o pequeno Boris. Agora cabe a Marta saldar
as dividas que Evan tinha com Schiller, descobrir quem foi o responsável pelo
assassinato do marido, tocar a contragosto os negócios da família, criar a sua
prole e chorar as pitangas pela morte do varão.
A Season Premiere de duas horas
fez questão de já deixar todas as cartas na mesa, didática demais para uma
série que se mostra um tanto pretensiosa por trazer tanta carga emocional
devido ao tema. O que fez tudo ficar bacana é que Red Widow tem consciência de
que é uma série de TV aberta, é da ABC (lar de Grey’s e Modern Family) e tem
séries mamão com açúcar como carro-chefe, transformar tudo num dramalhão da AMC
só afastaria as donas de casa órfãs de Desperate Housewifes, foi acertada a idéia
de apostar na novela mexicana americanizada.
Red Widow é eficaz em sua
intenção, não dá um passo maior que a perna e parece ter aprendido com Kevin
Williamsom a jogar na cara do espectador 13151515 plot twists só pra aumentar o
schock vallue e mascarar os furos do roteiro. Parte ruim é que perdem tempo com
plots que poderiam ser adiados, afinal, precisam dar tanta importância assim a
suspeita de Natalie, que desconfia da morte do pai?! Me digam o que ela irá
fazer na série ao descobrir que papai traficava cocaína?! Vai virar traficante
também?!
Por mais didática e eficiente
que a Season Premiere foi, o terceiro episódio foi infinitamente melhor, sendo
mais ágil e apostando na tensão de Marta não saber se é capaz de trabalhar pra
Schiller e pagar a divida que herdou de Evan. Está sendo muito interessante ver
a relação de Marta e Mike, formando uma dupla inusitada e a adição de Bob
(Rodney Rowland) como o supervisor da marina responsável por passar o
carregamento de drogas também trouxe um quê a mais na trama, uma pena que essa adição
logo se tornou uma subtração, ainda é cedo pra Red Widow ir matando seus
personagens, fazendo-os trocar de lado e coisas desse tipo, é um drama que
depende ao máximo que o publico se identifique com seus personagens, não dá pra
fazer isso se a série apresenta-os como pessoas incoerentes que hora são
bonzinhos, hora são malvados, é oportuno pra série trabalhar essas questões
morais dos personagens, mas não sem antes apresentar a personalidade e as motivações
deles, apesar de explorar essas nuances de Marta e Mike, é necessária uma
constante, coisa que The Good Wife soube fazer muito bem.
Apesar dos pesares, Red Widow me
fisgou por enquanto, veremos...
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