Os
cinco últimos episódios de The Walking Dead e a exemplificação de tudo que a
temporada (e a série) representa.
Em
tempos internéticos, apresentar qualquer opinião negativa com relação a um
hype, ainda que tenha argumentos para isso, é a mesma coisa que assinar sua
sentença de morte. Não digo que minhas opiniões sobre essa terceira temporada
de The Walking Dead sejam tão controversas assim a ponto de sofrer ameaças de
morte, mas é de se considerar o fato de que só porque a série alcançou níveis
estratosféricos de popularidade não é a indicação de que ela está em seu melhor
momento.
Episódios
como "Clear" (3x12) e "Arrow on the Doorpost" (3x13) são
exemplos de que a série tem um roteiro bom, mas incapaz de segurar a trama sem
patinar, "Clear" lida com a conclusão de um plot apresentado
brevemente na Series premiere e que, no contexto da terceira temporada, soou
isolado, quebrando o ritmo frenético da série. "Arrow on the
Doorpost" gasta seu tempo inteiro de tela com uma falha tentativa de construir
tensão num encontro entre Rick e o Governa, mediado por Andrea, que caiu no
desgosto do público por ser a pacificadora que só faz merda (tipo a Cat Stark).
The Walking Dead, assim como outras séries da
AMC, perdem por ser vitimas de sua própria emissora, que não respeita a
liberdade criativa de seus produtores e demitiu metade da equipe de roteiristas
na primeira temporada, tirou Frank Darabont e, posteriormente, Glen Mazzara do
cargo de Showrunner, deixando uma série que adquiriu popularidade e destaque ao
longo dos anos na responsabilidade de manter essa reputação ao passo que se
adapta à nova equipe criativa, era anunciado a ideia de que uma temporada maior
(o comum são treze episódios, e não dezesseis) traria como conseqüência os não
tão adorados fillers, “Clear” e “Arrow on the Doorpost” só enchem lingüiça e
cumprem contrato enquanto fingem serem os episódios que constroem tensão e
preparam terreno (Aham, senta lá).
Enquanto
que “Prey” e “This Sorrowful Life” cumprem bem o seu papel de construir tensão,
com Andrea tentando escapar de Woodbury e das garras de um Governa
definitivamente transformado em mega evil, é pertinente aqui comentar sobre o
trabalho de David Morrissey, fazendo da construção da figura do Governador uma
ascendente, devagar e conferindo aos poucos a personalidade sádica e perigosa
dele, enquanto que no inicio de sua história ele era apenas um homem que fazia
o necessário para manter Woodbury.
“This
Sorrowful Life” acaba por, junto com “Killer Within” e “Home”, sendo um dos
melhores episódios da temporada, mostrando Merle capturando Michonne e a
levando como moeda de troca, se o Governa tiver a moça, ele deixa Rick &
Seus Amigos em paz, só que o Dixon mais velho se arrepende, liberta Michonne e
parte para Woodbury para enfrentar o Governa sozinho e acabar com tudo, é bacana
ver como esses episódios lidam com o perigo que são os zumbis somados às próprias
pessoas, mostrando que morrer nesse mundo onde morto come vivo não se limita
apenas a um morto comendo um vivo (e eventualmente usando o osso da pessoa como
palito de dente).
Entretanto,
“This Sorrowful Life” esbarra num ponto que até antes eu considerava um
problema para a série: matar seus personagens. Nesta temporada T-Dog, Lori,
Merle, Andrea, Milton (esses dois na season finale) bateram as botas além da
morte das novas aquisições, os presidiários da prisão (!), Allen, Ben e alguns
dos capangas do Governa que tiveram um destaque para depois serem riscados do
elenco de apoio. Já comentei sobre os problemas que a série pode vir a ter por
não expandir o seu elenco, isso sem falar que, apesar de tais mortes estarem
presentes na HQ, matar seus personagens tem como efeito polemizar, criar schock
vallue e fazer a galera passar semanas falando: “Nem acredito que mataram o
Merle, adorava aquele canalha!” Não que isso seja algo ruim, mas a série não
pode se sustentar apenas nisso, porém, a HQ faz o mesmo em se apoiar no “chocar
as pessoas”, portanto é compreensivo a série adquirir essa abordagem, ainda que
acredite que ela possa não funcionar a longo prazo, visto que The Walking Dead
não dá indícios de chegar a uma temporada final, a série tem sido eficaz em
transpor a HQ para a TV, salvo algumas escolhas de roteiro, como a dispensável
aliança entre o Governa e a Trupe de Tyreese, que de trupe não sobrou nada, só
ele e a irmã Sasha (Sonequa Martin-Green).
Partindo
para a Season Finale incrivelmente controversa, uma vez que não empolgou, todo
o suspense em saber se Andrea ia ou não escapar do Milton Mammet Morto (MMM)
foi falho, primeiro porque eu já tinha visto spoiler, segundo que, quem se
importava com Andrea à essa altura do campeonato?! Povo queria mesmo é ver o
Governa quebrando com a prisão e a reação de Rick & Seus Amigos ao ataque,
vibrei mais com Beth sanguenozoio matando um zumbi do que com toda a história
envolvendo Andrea. Essa Season Finale foi apenas boa para uma temporada acima
da média, como episódio isolado, “Welcome to the Tombs” funciona incrivelmente
bem, mas que fica apagado na temporada, o episódio exerce uma função importante
para o desenvolvimento da série, mas pode muito bem cair no esquecimento se o
cliffhanger deixado no fim não ser forte o suficiente para chamar o publico
para a quarta temporada.
Curiosamente,
The Walking Dead fez nessa Season Finale exatamente o que eu pedia: expandir o
elenco. Logo no finalzinho, Rick & Seus Amigos voltam de um Woodbury com um
ônibus atulhado de refugiados, é empolgante ficar na expectativa sobre como será
a interação com tanta gente nova, pode ser muito bom...
...
ou não.
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