segunda-feira, 20 de maio de 2013

Doctor Who – 7ª temporada




Quando o protagonista é o coadjuvante e o coadjuvante é o protagonista.


No momento em que começo a primeira linha dessa review, faz exatas  duas horas que terminei de ver “The Name of Doctor”, ultimo episódio da sétima temporada e a verdade é que: eu não sei o que escrever! Não dá pra simplesmente sentar na cadeira e discorrer por cerca de 500 palavras sobre tudo o que essa sétima temporada de DW significou, com a chegada de Clara, a despedida dos Ponds. Terminando essa review e pegando pra lê-la semanas depois, eu tenho certeza que irei mudar muita coisa (vocês não fazem idéia de como eu detesto a review do piloto de Game of Thrones), é assim com tudo, com um tempo você passa a analisar filmes e séries com outros olhos, e foi assim que eu percebi que, por mais que a série chame Doctor Who, o personagem principal são seus companions.

Sou Team Ponds para todo o sempre, simplesmente me cativei com eles e a primeira metade da temporada focou na iminente despedida de Amy, Rory e River. Para o bem ou para o mal tudo tem um final (rimou legal!) e gostei bastante do episódio de estréia (”Asylum of The Daleks”) e “A Town Called Mercy”, encerrando a história de Amy com grande estilo ao nos apresentar o emocionante “The Angels Take Manhattan”. Vejo Amy como uma das mais corajosas das companions que já passaram ao longo das sete temporadas da série, ela não tem medo de ir pra cima do perigo, de lutar pelo que acredita e de bater boca com o Doutor no excelente “A Town Called Mercy”, Rory também é valente, durão e quer porque quer curtir a vida ao lado da sua cara-metade, pendendo mais para o lado pessimista do que é viajar com o Doutor, é bem interessante analisar por esse lado.

River dispensa considerações maiores, ela é a personificação de Steven Moffat, dando pistas aqui e acolá e lançando mistérios ao vento, ela está na série para causar buzz, um prato cheio para nós whovians nos descabelarmos em teorias e mais teorias que, surpreendentemente, terminam por nada sendo nada que a gente imaginava, para a alegria de todo mundo porque, vocês sabem, spoilers...

Aí chegamos à segunda metade da temporada: com a Garota Impossível também conhecida como Clara Oswald deixando o Doutor perplexo, afinal, quem diabo é essa guria?! Que apareceu e morreu em “Asylum of The Daleks” e depois aparece pra morrer também em “The Snowmen”, o episódio de Natal que apresenta a Grande Inteligência (Richard E. Grant), vilão principal da temporada. Mas é em “The Bells Of Saint John” que Clara ganha o status de companion e é curioso ver como esses três episódios que a introduzem na série conseguem soar melhor do que todos os outros episódios envolvendo a moça. Sim, eu adquiri uma estranheza por Clara, coisa tonta de órfão dos Ponds e, por mais que o mistério envolvendo a guria seja interessante, não me importei tanto com os episódios, cheguei a torcer para que a moto voadora do nem tão bom assim “The Rings of Akhaten” atropelasse a moça, ativasse o piloto automático para ir até Nova York buscar Amy Pond de volta (topava até Martha Jones nessas horas).

Lógico que toda essa minha antipatia por Clara acabou com o ótimo “Cold War” e minha animação com essa temporada alcançou números estratosféricos com “Hide” e “The Crimson Horror”. Curiosamente, não foi um Doutor o responsável pela mudança no tom da série, Clara trouxe de volta muito da Doctor Who de antigamente, e não estou falando apenas dos Guerreiros de Gelo, mas de aventuras mais descompromissadas, sem precisar tanto de uma trama continua e um mistério que precisasse se prolongar por tantos episódios assim. Moffat conseguiu equilibra a mitologia da série com os episódios fechados sem problemas maiores, tudo ficou bem divertido de assistir.

Vastra (Neve McIntosh), Strax (Dan Starkey) e Jenny (Catrin Stewart) foram adições ótimas à série, não restringindo Doctor Who apenas às aventuras Doutor-Clara, Moffat sentiu-se confortável o suficiente para explorar vertentes diferentes de DW, expandindo seu universo do mesmo jeito que T. Davies fez na 4ª temporada ao trazer Jack, Rose, Martha, Sarah Jane, K-9 e mais uma cambada de gente na mesma festa. O que só faz DW melhorar, isso e mostrar citações e mais citações à série clássica, que eu vergonhosamente ainda não vi, fazendo todo mundo soltar um belíssimo “WTF?!” ao ver William Hartnell (o 1º Doutor) interagir com Clara no inicio de “The Name of Doctor”. Esta temporada foi focada nos companions e por mais que Amy e Clara tenham sido as protagonistas desse ano, tal abordagem só nos fez analisar mais ainda a jornada de Donna, Martha, Rose e muitas outras pessoas, interessante e muito pertinente.

Doctor Who retorna só dia 23 de Novembro, até lá, fiquemos com muitas teorias malucas sobre como assim Jon Hurt será um Doutor que renegou seu nome e sua “missão” de ajudar as pessoas?! E também com aquela marota maratona que todo whovian que se preze deve fazer (fica a dica de ver a série à 1h da manhã na TV Cultura).

Allons-y, pessoal e sejam brilhantes!

Um comentário:

  1. Eu não sei por que, mas a impossible girl ainda não me cativou. A Clara é uma companion bem diferente no quesito personalidade e tem uma relação ainda mais diferente com o Doctor - como a gente pode ver nos tapões que ela dá na cara dele em "Nightmare in Silver" -, mas ela ainda não me conquistou. Ainda estou muito sentida com a saída dos Ponds. E estou também muito temerosa de que o fim de River Song esteja próximo. Para mim, essa temporada foi boa - mas não passou de boa. O que eu achei mais legal foram as inúmeras referências feitas aos Doctors anteriores. Tudo bem, o último episódio dessa temporada foi um tapa na nossa cara, mas o pior não é isso! O pior é saber que o Matt Smith vai sair. Já tava dando pra perceber que o fim dessa regeneração estava próximo, mas mesmo assim foi triste. E o John Hurt... OHHH, the feels! kkkkkk

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