quinta-feira, 6 de junho de 2013

The Big C - Hereafter




Sorte a minha.

Me surpreendi quando descobri que The Big C chegaria a sua ultima temporada, com exceção de Dexter, as séries do Showtime dificilmente tem destaque nos sites de noticia que acompanho e só fiquei sabendo que a série teria seu desfecho numa curta temporada-evento em quatro partes pela pagina oficial do Facebook da série, depois disso fui vendo as promos e chegando expectativa de que teria que ver esses últimos episódios com muitos lenços do lado.

É inegável o quanto The Big C consegue cativar, todos nós temos certo medo da morte e nos identificamos com a jornada de Cathy (Laura Linney), que decide nesse quarto ano parar de lutar contra o câncer e ver no que vai dar. Lentamente se preparando e preparando sua família e amigos para sua morte. Cathy era o pilar de Paul (Oliver Platt) e Adam (Gabriel Basso) e a conselheira de Sean (John Benjamin Hickey) e Andrea (Gabourney Sidibe) (respectivamente marido, filho, irmão e amiga), a ideia de morrer e deixá-los sozinhos em um mundo cada vez mais egoísta assustava Cathy, que começa a fazer de tudo para que a morte dela não destrua todos à sua volta.

O curioso de The Big C é e sempre será a leveza com que tudo é tratado, é um humor negro que chama a atenção, uma morbidez saudável que mostra como nem tudo precisa ser doloroso e sofrido, é triste a história de Cathy? Sim é. Mas é pura, é oportuna para os dias de hoje em que todo mundo se preocupa com coisas fúteis, há uma reflexão de como a morte pode ser bela que é tratada com uma sensibilidade tremenda.

Sensivel é o melhor adjetivo para The Big C, que não está preocupada em fazer o público chorar e muito menos em fazer sorrir nas frequentes e pontuais piadas, a  série criada por Darlene Hunt foca apenas em contar a história de seus personagens, fazendo isso com maestria graças a um elenco afiadíssimo. Gabourney Sidibe rouba a cena desde a primeira temporada em que era só personagem recorrente, Gabriel Basso compõe um divertido filho encapetado que tem sempre a melhor intenção do mundo, mas a pior das atitudes. Oliver Platt e John Benjamin Hickey socilam em grande estilo entre o alivio cômico e o drama. Laura Linney nasceu para ser Cathy, conferindo ao longo desses quatro anos uma personagem interessante, um ícone motivacional para todos os que passam/passaram por algum tipo de enfermidade.

A verdade é que The Big C sempre flertou com o lado motivacional, não é um demérito, é uma vitória para a série saber que inspirou tanta gente por aí (parte das vendas dos DVDs das temporadas eram repassadas para ONGs que lutam contra o câncer). Chega até a soar irônico destacar o lado motivacional se levarmos em conta que a terceira temporada lidou com esse tema, contando com a excelente participação de Susan Sarandon.

Bacana é que Dona Susan não foi a unica participação especial nesses quatro anos de série, tivemos Parker Posey, Hugh Dancy (que podia muito bem ter aparecido na finale, #chatiado), Cinthia Nixon, Kathy Najimy e a presença frequente de Phyllis Somerville no papel da fantástica Marlene, a vizinha morta de Cathy que ficou muito marcada na mitologia da série, guiando Cathy em sua jornada.

Jornada essa que eu tive a oportunidade de acompanhar ao longo desses quatro anos, sorte a minha. Dei muita risada e chorei muito, sorte a minha. Presenciei um simples e despretensioso seriado me fazer refletir sobre a vida e a morte, sorte a minha! Não entendeu o que quis dizer com todos os "sorte a minha"? Assista The Big C que aí, bem... Sorte a sua!

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