Sorte a minha.
É inegável o
quanto The Big C consegue cativar, todos nós temos certo medo da morte e nos
identificamos com a jornada de Cathy (Laura Linney), que decide nesse quarto
ano parar de lutar contra o câncer e ver no que vai dar. Lentamente se
preparando e preparando sua família e amigos para sua morte. Cathy era o pilar
de Paul (Oliver Platt) e Adam (Gabriel Basso) e a conselheira de Sean (John
Benjamin Hickey) e Andrea (Gabourney Sidibe) (respectivamente marido, filho,
irmão e amiga), a ideia de morrer e deixá-los sozinhos em um mundo cada vez
mais egoísta assustava Cathy, que começa a fazer de tudo para que a morte dela
não destrua todos à sua volta.
O curioso de The
Big C é e sempre será a leveza com que tudo é tratado, é um humor negro que
chama a atenção, uma morbidez saudável que mostra como nem tudo precisa ser
doloroso e sofrido, é triste a história de Cathy? Sim é. Mas é pura, é oportuna
para os dias de hoje em que todo mundo se preocupa com coisas fúteis, há uma reflexão
de como a morte pode ser bela que é tratada com uma sensibilidade tremenda.
Sensivel é o
melhor adjetivo para The Big C, que não está preocupada em fazer o público
chorar e muito menos em fazer sorrir nas frequentes e pontuais piadas, a série criada por Darlene Hunt foca apenas em
contar a história de seus personagens, fazendo isso com maestria graças a um
elenco afiadíssimo. Gabourney Sidibe rouba a cena desde a primeira temporada em
que era só personagem recorrente, Gabriel Basso compõe um divertido filho
encapetado que tem sempre a melhor intenção do mundo, mas a pior das atitudes.
Oliver Platt e John Benjamin Hickey socilam em grande estilo entre o alivio
cômico e o drama. Laura Linney nasceu para ser Cathy, conferindo ao longo
desses quatro anos uma personagem interessante, um ícone motivacional para todos
os que passam/passaram por algum tipo de enfermidade.
A verdade é que
The Big C sempre flertou com o lado motivacional, não é um demérito, é uma
vitória para a série saber que inspirou tanta gente por aí (parte das vendas
dos DVDs das temporadas eram repassadas para ONGs que lutam contra o câncer).
Chega até a soar irônico destacar o lado motivacional se levarmos em conta que
a terceira temporada lidou com esse tema, contando com a excelente participação
de Susan Sarandon.
Bacana é que Dona
Susan não foi a unica participação especial nesses quatro anos de série,
tivemos Parker Posey, Hugh Dancy (que podia muito bem ter aparecido na finale,
#chatiado), Cinthia Nixon, Kathy Najimy e a presença frequente de Phyllis
Somerville no papel da fantástica Marlene, a vizinha morta de Cathy que ficou
muito marcada na mitologia da série, guiando Cathy em sua jornada.
Jornada essa que
eu tive a oportunidade de acompanhar ao longo desses quatro anos, sorte a
minha. Dei muita risada e chorei muito, sorte a minha. Presenciei um simples e
despretensioso seriado me fazer refletir sobre a vida e a morte, sorte a minha!
Não entendeu o que quis dizer com todos os "sorte a minha"? Assista
The Big C que aí, bem... Sorte a sua!
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