Porque recordar é viver.
É um tanto quanto triste ver que nessa ultima fall season
poucas séries fisgaram minha atenção, tivemos coisas boas (Moone Boy, Ben &
Kate, Arrow) mas que não conseguiram me prender nem o suficiente pra falar mal,
isso sem falar das séries que acompanhava, mas me atrasei por motivos de
sabe-se lá Deus (The Good Wife, Damages, Dexter) e outras que me atrasei tanto
que já até me perdi nas incontáveis temporadas (não é mesmo dona Grey’s
Anatomy?!).
E o que fazemos quando não temos mais pra onde ir?! Corremos
de volta para aqueles que nos trouxeram bons momentos no passado, como é o caso
de Battlestar Galactica, série de 2003 do qual este que vos fala é fã xiita e
aproveitou o desesperador recesso de Doctor Who e The Walking Dead e viu pela
terceira vez a primeira temporada desse sci-fi do balacobaco.
Pra quem nunca ouviu falar em Battlestar Galactica (BSG para
os íntimos), primeiro devia se envergonhar, depois correr pro Google saber mais
sobre a série que conta a história dos últimos sobreviventes das 12 Colonias de
Kobol que, após elas serem destruídas por um ataque surpresa dos Cylons (uma
raça robótica que os próprios humanos criaram para serem nossos serviçais),
partem pelo espaço fugindo dos seus inimigos e buscando pela 13ª colônia,
chamada de Terra (nunca ouvi falar). No centro de tudo isso está o Comandante
William Adama (Edward James Olmos), liderando os militares da Astronave de
Combate Galactica, uma verdadeira banheira que só sobreviveu ao ataque cylon apenas
pelo fato de estar obsoleta. Temos também a Ministra da Educação Laura Roslin
(Mary FRAKKIN’ AWESOME McDonnell), que assume a presidência das Doze Colonias
após ela ser a única líder política a sobreviver o ataque, o grande “porém” é
que ela está com câncer terminal, e decide esconder de todos ao mesmo tempo em
que toma caballa, uma erva muitoloka que causa alucinações, fazendo-a crer que
ela será a líder moribunda que guiará os humanos até a 13ª Colonia como dizia a
antiga Profecia de Pythia, base da religião das Doze Colonias, que acreditam em
vários deuses.
Do lado inimigo, descobrimos que os cylons não são apenas
torradeiras ambulantes, uma vez que eles descobriram uma forma de criar
humanos, assim somos apresentados de inicio à Number Six (Tricia Helfer), uma
agente cylon infiltrada em Caprica (uma das Doze Colonias) pouco antes do
ataque e responsável por roubar os códigos de defesa da Colonia do Doutor Gaius
Baltar (James Callis), um renomado cientista que consegue escapar do ataque
graças à “bondade” da Six. A bordo da Galactica, ele toma a frente da pesquisa
sobre a forma humana dos cylons, e se torna um pouco curioso a respeito de
Boomer (Grace Park), a piloto de reconhecimento da Galactica que tem vários
lapsos suspeitos de memória, o que a deixa na duvida se ela é um cylon e não
sabe disso.
Aproveitando que falamos de Boomer, temos também no núcleo militar
Helo (Tahmoh Penikett), parceiro de Boomer que está preso à Caprica ocupada
pelos cylons, mas que ao longo da temporada conta com a ajuda da parceira.
Somos apresentados também nessa temporada à Starbuck (Katee Sackhoff), a melhor
piloto da frota mas que é irresponsável e quando não está batendo de frente com
o XO da frota, Saul Tigh (Michael Hogan) tem uma relação de amor e ódio com o
bonitão Lee Adama (Jamie Bamber), filho de Adama e antigo cunhado de Starbuck,
que perdeu o namorado após uma acidente militar que poderia ter sido evitado se
ela, responsável pela operação em questão, tivesse deixado de lado sua paixão
pelo filho mais velho de William Adama.
É normal sentir uma certa estranheza na primeira temporada
de toda série, e com BSG você vai tomar um choque grande se não saber antes
aonde está entrando e, principalmente, como você está entrando. Meu primeiro
contato com a série foi com o episódio “33”, que é o 1º da temporada, só que se
você não assiste à minissérie antes não entende patavinas do que está
assistindo (ok, até entende, mas grande parte da experiência fica prejudicada).
Acredito que o melhor dessa temporada seja o elemento
tensão, é um universo completamente novo a qual somos apresentados e é
empolgante ficar na expectativa de ver quais serão os próximos passos dos
personagens e como isso afetará toda a dinâmica da série, dinâmica essa que não
existiria se não fosse pelo talento de seus atores, Mary McDonnell é DIVA
eterna do meu coração por causa de seu trabalho em BSG e Tricia Helfer não é só
um rostinho bonito (e um corpo escultural), provando ser uma badass motherfucker sensacional na sua
luta com Katee Sackhoff na season finale, esta segunda, por sinal, trouxe uma
complexidade tremenda a um personagem que, curiosamente, era um homem na série
original (Battlestar Galactica é um remake de uma série de 1978).
BSG ainda tem uma ótima dose de humor, bastante pontual e
eficaz, assim como seus romances e dramas, que apesar de soarem um tanto quanto
forçados em um determinado momento, dão um toque a mais na série.
Bacana mesmo é ver um verdadeiro conflito de mundos, temos política,
religião e ciência se chocando, construindo logo na primeira temporada uma
mitologia espetacular para a série, já vi a série completa e digo que (apesar
de alguns tropeços aqui e acolá) tal mitologia não deixa a desejar em seu
desenvolvimento, tendo seu ponto alto no espetacular cliffhanger do final da
primeira temporada, com 46516354 plots eletrizantes acontecendo ao mesmo tempo.
É isso, não deixem de ver Battlestar Galactica, vale a pena.
So say we all!
Nenhum comentário:
Postar um comentário