A supremacia britânica.
Verdade seja dita: ainda sou moleque nesse ardiloso mundo de
séries, não sou nenhum Legendado da vida, muito menos tão descolado quanto o
pessoal do Série Maníacos. Mas se teve uma coisa que aprendi nesses três anos
de séries é que todas podem chegar a te decepcionar algum momento, menos as
séries britânicas. Lógico, vi séries da terra da chá que não me agradaram,
como Primeval ou Accused, mas não quer dizer que são realmente ruins.
Aí The Fades estreou, me interessei após ler uma das reviews
do Série Maníacos e não esperava nada da série sobrenatural que contava a
história de Paul (Iain De Caestecker), um nerd que descobre ser um Angelic, uma
espécie responsável por manter a ordem na terra e que travam uma luta contra os
Fades, que são a alma das pessoas mortas que não ascenderam, ficando presas na
Terra e se alimentando de carne humana para realizar os planos malignos do Fade
líder, John (Joe Dempsie). Como disse antes: não esperava nada da série,
mas aí ela sambou na minha cara!
Ok, esse meu resuminho meia boca não faz jus à The Fades,
até porque deixa mais que evidente o clichê que é Paul: um completo frustrado
que precisa amadurecer frente a um universo perigoso. Mas é aí que entra a
beleza de The Fades, que consegue fazer tudo ficar interessante, ao levar os
conflitos dos personagens a outro nível, Paul tem um grande poder em mãos e não
sabe o que fazer com ele, por isso erra (e muito) ao mesmo tempo em que seu
melhor amigo, Mac (Daniel Kaluuya) fica com medo de ver o amigo amadurecer e
perdê-lo. Isso sem falar de Neil (Johnny Harris), líder dos Angelics que não
perde tempo em fazer o necessário, mas será que o fazer o necessário é a mesma
coisa que fazer o que é certo?
Todos esses conflitos não funcionariam tão bem se não fosse
pelo talento de Iain, Daniel e Johnny, e também de todos os outros atores, Joe Dempsie
compôs um vilão incrível e Natalie Dormer trouxe a Sarah, uma Angelic
convertida em Fade, uma complexidade espetacular (isso sem falar que Natalie é
linda). Curioso que tanto Dempsie quanto Dormer estarão na próxima temporada de
Game of Thrones, como Gendry e Margaery Tyrell, respectivamente, se mantiverem esse
nível de atuação, na certa coisa boa vai sair.
The Fades não teve medo de ousar e fazer rir, nem de criar
sequencias de ação com um orçamento bastante furreca (podia jurar que aqueles
efeitos eram do After Effects). O ponto é que os pouquíssimos seis episódios só
contribuíram para o ritmo da série, que se tornou dinâmico e divertido de
assistir. Enfim, The Fades mostrou a que veio, mesmo que timidamente: ser a
confirmação de que os britânicos são mestres em fazer muito com pouco.
Bem que esses pamonhas da TV americana podiam aprender
alguma coisa com eles..
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