terça-feira, 28 de agosto de 2012

(fdp) – 1x01: “Juiz x Juiz (Piloto)”



Quem melhor que brasileiros para fazer uma série sobre futebol?! Só falta saber se é boa...


Tentando ser o mais eclético possível nesses tempos sombrios (eu tento manter o blog atualizado, mas falta tempo, ops!), desembarca por aqui um fdp... digo, a série (fdp), produção brazuca da HBO Brasil que acabou de estrear por aqui. (fdp) conta a história de Juarez (Eucir de Souza), um árbitro de futebol que equilibra sua polêmica profissão (“impedimento o c*ralho!!”) com sua vida pessoal, em que lida com a dificil ex-mulher (Cynthia Falabella), da qual se separou após traí-la e transmitir uma DST para a moça. Como se não bastasse isso, a maluca impede Juarez de ver o filho, o pequeno Vinny (Vitor Moretti), eles vão ao tribunal para decidir a guarda do guri, tudo nas mãos de um juiz fanático por um time do qual está disputando a final do campeonato que, adivinha só, Juarez vai apitar ao lado de seus BFFs, Cavalhosa (Paulo Tiefenthaler) e Sérgio (Saulo Vasconcelos). O Juiz já deixa explicito para Juarez que a decisão sobre a guarda do piá depende da atuação dele em campo, ou seja, o time do Juiz perde, Juarez perde.

Sendo uma das profissões mais ingratas do mundo (ao lado dos nosso queridos blogueiros), (fdp) busca brincar com clichês, entrar com tudo no mundo do futebol, já evidenciando que pode ter muita malandragem por aí. A série cativa, entretanto, peca por interpretações contidas demais, sendo Maria Cecilia Audí a única que conseguiu se sobressair no piloto como a mãe de Juarez, acredito que ela será o grande trunfo de (fdp), pilotos são sempre uma bagunça, acredito que essa timidez toda irá acabar em breve.

O que espero que acabe em breve é a minha estranheza com o tom da série: por motivos legais, (fdp) não utiliza nomes de times, marcas, canais ou personalidades esportivas reais, restando para a produção recorrer aos nomes genéricos, o que é uma excelente oportunidade para inserir alguns easter eggs bacanas na série (dou dois episódios para o nome de um time ser o nome da mãe do primo do avô do sobrinho do cara que fez os bolinhos de chuva que Vinny comeu no piloto). Só que a dramédia se leva a sério demais nesse episódio piloto, vemos a torcida do Paulicéia FC toda de branco, vermelho e preto e de cara dá pra notar que são filmagens de arquivo do São Paulo que passaram por um tratamento, para dar a impressão que é um time só com cores iguais. A ideia foi boa, mas a execução não, como disse, (fdp) quis se levar a sério demais e no fim ficou vergonhoso aquele filtro do Instagram que jogaram para disfarçar o símbolo do São Paulo.

Vejo esse como o maior problema das produções nacionais: se levar a sério demais, (fdp) é (corrijam-me se estiver errado) a segunda produção nacional da HBO, eles ainda estão vendo o que funciona melhor, conseguindo investimento e patrocínio para subir um pouco o orçamento, o visual de (fdp) está ótimo, os atores estão bons, as piadas foram inteligentíssimas, o roteiro está bacana e a edição é sensacional, mas no que a série mais precisa melhorar é perder o “sou badass motherfucker mesmo sem ter dinheiro”, ligar o “f*da-se” e vestir a camisa da trasheira, a premissa de (fdp) pode seguir para vários caminhos, o importante é não dar o passo maior que a perna, acredito que ser um tanto mais surtada seria o melhor tom para a produção.

Estou na torcida pelo sucesso de (fdp), não importa se a série é canadense, britânica, estadunidense, problemas sempre terão, o importante é tentar acertar o gol o máximo possível, (fdp) acertou alguns lances e errou em outros. Mas, do jeito que gostei desses fdp, ainda vai faltar muito pra série tomar cartão vermelho.

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