terça-feira, 18 de junho de 2013

Glee - 4ª temporada




Os velhos, os novos e uma boa temporada (será?)

A ideia de uma quarta temporada de Glee sem a presença massiva do elenco original é um tanto quanto nebulosa, durante três anos, amamos odiar Quinn (Dianna Agron), aprendemos a gostar de Santana (Naya Rivera) e fingimos que gostávamos da Mercedes (Amber Riley), muitos gleeks se armaram de um caixote de mimimis e passaram meses e meses antes da estréia da quarta temporada chiando que queriam porque queriam Mike Chang (Harry Shum Jr.) de volta pra ser figurante de luxo.

Aí chegou a quarta temporada, com cinco personagens novinhos em folha no McKinley e mais dois em Nova Iorque para acompanhar as altas confusões de Rachel (Lea Michele) e Kurt (Chris Colfer), e não é que o resultado foi bom?! Lógico que bom já é o suficiente para Glee, uma vez que a série opta por decisões questionáveis que poderiam ser mais bem exploradas, aquela história do "é bom, mas podia ser melhor".

Foi interessante ver a interação do elenco original com os novatos, entretanto, ela se restringiu muito à Kitty (Becca Tobin), a cheerleader bitch dando patadas gratuitas nos veteranos ou a Marley (Melissa Benoist) dando declarações cuti cuti sobre como gosta dos seus coleguinhas que não ligam dela ser filha da Melissa McCarthy. Kitty e Marley são extremos interessantíssimos e a exemplificação de como Glee oscila entre o bom e o ruim (e como ela inverte os lados vez ou outra), Kitty manteve-se numa constante de filhadaputice que cativa mesmo, trazendo um desenvolvimento para a personagem, que fazia malvadezas pra cima da Marley e que no fim aprende a gostar dos seus companheiros no Clubinho do Coral. Já Marley era ingênua, burra e fofa demais para conseguir cativar, apesar de ter um desenvolvimento legal na primeira metade da temporada com a história da bulimia, aí veio a segunda metade e a personagem estacionou num marasmo ao lado de sua cara-metade, Jake (Jacob, o Artista) que também teve uma boa história, mas foi outro que estacionou e fez de Jarley o casal mais aguado e sem sal da face da Terra.

Esse problema de desenvolvimento apenas evidencia os problemas constantes de Glee em equilibrar seus plots, lançados ao vento por impulso de Murphie de capturar a audiência, que falham em ser mal construídos, explorados e com sérios problemas de continuidade. Jake e Marley terem destaque na primeira metade da temporada enquanto que Kitty, Ryder (Blake Jenner) e Unique se sobressaíram apenas na segunda metade soou pouco natural, isolado demais para uma série que se sustenta através da interação entre seus personagens, muito mais que as musicas, já que interação entre pessoas é o mote de qualquer escola.

É lógico que é compreensível essa lógica "um assunto de cada vez" em Glee, são muitos pesonagens e fazer "a Game of Thrones" com dois minutos de cena para cada personagem não daria muito certo. Certo mesmo foram os episódios, com os escorregões e tropeços já conhecidos de Glee que a gente já até se acostumou, afinal, me enfiar Mercedes e Mike Chang em "Wonder-ful" foi dispensável, mas não fez o episódio tributo à Stevie Wonder ficar ruim, uma vez que se sustentou num  interessantíssimo plot que contou com bons momentos entre Kitty e Artie, este que vai pra Academia de Cinema do Brooklyn. Curioso que a saída de Artie e Britanny foram anunciadas, enquanto que Tina, Blaine e alguns veteranos não tiveram nenhum destaque com relação a isso, ficou meio nebuloso o futuro de Glee com uma season finale que pode não ter sido boa em desenvolvimento, mas que tiveram boas musicas.

Destaque para o inusitado e divertidíssimo numero de “Gangnam Style” em “Tanksgiving”, mostrando como Glee conseguiu alcançar um bom equilíbrio musical nesse quarto ano, mesclando musicas atuais (“Girl on Fire” na voz de Santana foi sensacional) e sucessos da Broadway (pegando uma pertinente carona no sucesso de Os Miseráveis) com clássicos como “Don’t Stop Me Now” do Queen na voz de Blaine em “Diva”. Esse episódio, por sinal, só me fez gostar mais da interação entre Tina e Blaine nessa temporada, foi sim bastante peculiar a ideia de a garota ter uma paixão platônica pelo cara, mas o desenvolvimento não deixou a desejar e foi muito divertido, se considerarmos o fato de que Blaine tinha uma queda por Sam desde o ótimo “Sadie Hawkins” e que teve sua conclusão apenas em “Guilty Pleasures”, que foi bem bacana, mostrando que todo mundo tem um cantor que sente vergonha por gostar.

Por outro lado, “Makeover” foi enfadonho, a presença de Sarah Jessica Parker não ajudou em nada e toda aquela história batida de “uma mudança faz bem blábláblá” não cativou e figura ao lado de “Britney 2.0” como os piores episódios da temporada, que só considero boa pelo conjunto da obra, amadurecendo aonde precisava amadurecer, sem perder a identidade, isso é a grande vitória de Glee esse ano, conseguir se renovar e ainda assim manter o nível.

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