segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

True Detective – 1x02: “Seeing Things” e 1x03: “The Locked Room”




Porque às vezes é preciso se distrair para focar no que é importante.

True Detective apresenta mais dois episódios com mais perguntas que respostas, contando ainda com todos os elementos que a fizeram a coisa linda de se ver que todo mundo viu no episódio piloto: bela trilha sonora (coisa linda essa musica da abertura), estupenda fotografia e sensacionais atuações!

Esses dois episódios foram a confirmação de como será o tom da série: contando o caso do assassinato da guria morta e a vida pessoal de Marty e Rust com calma, sem pressa e construindo a relação entre eles com uma coerência empolgante.

“Seeing Things”deu uma bela introdução de como é a vida pessoal da dupla e de como cada uma dessas vidas pode atrapalhar na investigação e vice-versa, fomos apresentados à Lisa Tragnetti (Alexandra Daddario), amante de Marty cujo caso extraconjugal não é passado despercebido por Rust e origina um interessante confronto entre os dois parceiros. Rust continua uma incógnita, temos bons momentos em que conseguimos compreender o que é ele e qual a sua visão de mundo, mas ainda assim ficamos na duvida sobre as intenções do personagem.

“The Locked Room” dá um belo salto na investigação de Dora Lange e mais momentos de tensão entre Marty e Rust. Dá pra começar a compreender por que Marty fica tão na defensiva com relação à Rust, como disse, ele é uma incógnita. Como confiar a vida a alguém que é impossível de decifrar e que passa mais de catorze horas vendo fotos de cadáveres na esperança de conseguir uma luz a cerca do caso?

Marty continua cada vez mais cético, conquistando nossa antipatia por ser um completo filho da mãe no trabalho, com a amante e com a mulher (Michelle Monaghan). O núcleo familiar de Marty, infelizmente, concentra todos os pontos fracos de True Detective, não conseguindo fugir do lugar comum, mas bem que eles tentar, o que já é uma coisa boa.

Vale ressaltar a capacidade de True Detective de não precisar de tiros, explosões ou Michael Bay para construir tensão, uma vez que ela reside no desconhecido e no imprevisível. Seja na reação de Marty ao descobrir que a amante tem outros casinhos (safada!) ou na forma como o caso é desenvolvido.

O cliffhanger do terceiro episódio exemplifica a atmosfera de incertezas que é True Detective, o roteiro é tão bem trabalhado para explorar as facetas de Marty e Rust a partir do modo como eles se relacionam com o caso que cada pista descoberta abre dezenas de portas para o desenvolvimento dos dois detetives.

Esse ponto é algo em que muita gente não está conseguindo entender: por mais interessante que seja o caso, ele só está lá para dar apoio e deixar Marty e Rust contarem suas histórias. É tipo Lost (só que melhor), não é uma série sobre detetives investigando casos, é uma série sobre pessoas.

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