sábado, 8 de março de 2014

My Mad Fat Diary – 1ª temporada




Porque a carapuça serve. E como!

Carnaval rende muita coisa. Rende ressaca, possíveis doenças venéreas, gravidez indesejada e todo o tipo de porcaria que pode acontecer se você pular na folia se não tiver um pingo de vergonha na cara. Agora, se você for como eu que não faz nenhuma dessas coisas (mas mantém a falta de vergonha na cara) e preferiu passar o feriado de Carnaval enfurnado dentro de casa pensando em maneiras de ressuscitar um blog de séries que esse mês faz cinco anos, mas que tá mais pra lá do que pra cá. Ao menos tenha a decência de fazer isso assistindo My Mad Fat Diary.

A série britânica do E4, mesmo canal que trouxe Skins e a linda, maravilhosa e injustamente cancelada Sirens (#sdds Ash) conta a história de Rae (Sharon Rooney), uma adolescente obesa que passou quatro meses numa instituição psicológica para tratar de uma tentativa de suicídio por causa de sua compulsão por comida e os frequentes abusos cometidos pelos seus antigos colegas de escola.

Ela retorna para a casa da excêntrica mãe (Claire Rushbrook, da lindona The Fades), controladora que só, a mãe de Rae não tem muito que fazer quando a guria volta a se enturmar com Chloe (Jodie Comer), amiga de infância e agora um mulherão que anda com sua turma composta por Izzie (Ciara Baxendale), Chop (Jordan Murphy), Archie (Dan Cohen) e Finn (Nico Mirallegro). Rae se torna parte do grupo, e ao mesmo tempo em que se socializar ajuda na sua recuperação, os problemas e inseguranças aparecem.

Pontuada por uma trilha sonora deliciosa de se ouvir que vai de Oasis até Beastie Boys (só amor pra sequencia do piloto em que Rae coloca “Sabotage” na Jukebox) e uma edição do balacobaco, My Mad Fat Diary surpreende pelo carisma de absolutamente todos os personagens. A começar por Rae que causa uma identificação tremenda com tudo mundo, ela é o resumo das inseguranças de todo adolescente e os demais integrantes do grupo não ficam atrás, principalmente ao se tratar das paixões não correspondidas entre Izzie e Chop (um dos plots secundários mais gostosos de ver). A identificação com os personagens é o que chama a atenção na série, ponto para o roteiro que trabalha bastante as motivações de cada um dos personagens, fugindo do lugar comum e brincando com clichês de produções do gênero.

Interessante também é ver a evolução da interação de Rae com o grupo, começando por uma paixão fofinha com Archie até a definição de Finn como muso eterno do coração da Rae (do tipo que faz a menina chorar só de olhar pra bunda dele). Funcionou tudo de forma tão natural e crível que as sacadas do roteiro (como essa da bunda comovente) não são a cereja do bolo, são só o creme na cobertura. Até porque a cereja no bolo mesmo é o núcleo do hospital, destaque para as ótimas cenas entre Rae e o Dr. Kester (Ian Hart), as piadas com o Doutor bonitão (“it’s a heavy period!!”) e as interações regadas à lágrimas entre Rae e Tix (Sophie Wright).

É lógico que metade da delicia que é ver My Mad Fat Diary se dá pela maravilha que é o elenco, com boas surpresas vindas do elenco juvenil e com atuações boas-dimais-da-conta vinda dos mais velhos, coisinha sensacional o Kester!

Já comecei a segunda temporada e em breve comentarei ela aqui. Corre já pra ver que são só seis episódios por temporada, é britânica, tem gente bonita e tem Oasis. Precisa de mais motivos que esses?

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