Arraste-se com um zumbi e assim teremos uma temporada
bastante proveitosa de The Walking Dead.
Quem aqui já assistiu Zumbilândia? Ou Todo Mundo Quase
Morto? Talvez até a série Resident Evil ou Exterminio? E aquela chatice de
Death Valley, quem viu? Enfim, todos filmes e séries de temática zumbi, todas,
de certa forma, boas produções (há controvérsias) e que valem a pena assistir
pelas boas sacadas do roteiro, pela tensão e pelas cenas de ação. Esses filmes
são ágeis, tem uma dinâmica boa e conseguem segurar a tensão através da
urgência da situação em que seus personagens se encontram. Agora, vejamos The
Walking Dead: com uma temporada de 13 episódios bastante devagar, quase
parando, mas ainda assim, sensacional.
Alguém se lembra da frustração que foi a temporada de
estreia da série? Em que tínhamos
expectativas aos montes de ver a obra do genial Robert Kirkman tomar forma na
TV e no fim a temporada caminhou para lugar nenhum. Por sorte, a segunda temporada
de TWD começou devagar também, ela se manteve devagar, mas conseguiu
desenvolver sua trama de modo proveitoso, tendo como estopim o desaparecimento
de Sophia (Madison Lintz) após a caravana (não vou apelidar de caravana da
alegria por que esse apelido eu já usei em Game of Thrones) de Rick ter parado
numa rodovia infestada de zumbis. Lembro-me de ter comentado que a série
prolonga demais seus arcos, isso é verdade, mas se Sophia não tivesse
desaparecido na rodovia, Carl não teria saído pra tentar procurá-la, não
levaria um tiro e Rick não encontraria a fazenda do Hershel (Scott Wilson), que
foi o ambiente central de toda essa temporada.
Logo, nota-se, que todos esses fatos interligados provam
como o roteiro é bem trabalhado, mostrando como o ambiente tenso e incerto em
que os personagens se encontram depende apenas e unicamente das decisões que
eles tomam ao longo do caminho. Cada personagem carrega o fardo de saber que
podia ter sido melhor, Andrea sente que foi estupidez querer se matar, Shane se
culpa pelo “sacrifício” de Otis, some esse sentimento de culpa com uns gatos
pingados apontando pra você e dizendo “you fail!” e temos o ambiente próprio
para uma bomba relógio. Bomba que estourou na Season Finale, encaro a invasão
de zumbis na fazenda do Hershel apenas uma metáfora para indicar que tudo volta
a estaca zero, mais uma vez o grupo de Rick encontra-se sem esperanças, cada
vez mais dividido e assustado.
Por falar em grupo dividido, foi curioso ver T-Dog, Andrea,
Dale e Shane confabulando por aí sobre suas funções no grupo, parecia que o Big
Brother baixou na série, só faltou um confessionário e um Pedro Bial falando “Salve,
salve habitantes da nave mãe apocalíptica!”. Piadas a parte, foi uma abordagem
bastante interessante e oportuna, visto que quando se tem pessoas de
personalidades tão diferentes é comum que isso aconteça.
Vale citar a atuação de Andrew Lincoln, John Bernthal,
acredito que tenham sido eles os que mais se destacaram. Andrew ao conseguir
traduzir perfeitamente todo o peso de ser um líder. John trouxe a Shane uma
raiva de certo ponto compreensível, ao mesmo tempo em que é irracional, quase
como que enquanto Rick vê o copo meio cheio, Shane o vê meio vazio. A verdade é
que todos os atores estiveram ótimos esse ano, Norman Reedus virou um badass
motherfucker sensacional com Daryl, Laurie Holden, Lauren Cohan, Sarah Wayne
Callis, Melissa McBride e Emily Kinney fizeram o núcleo feminino da série ficar
interessantíssimo (Desperate Housewifes – Zombie Edition). Por falar em Lauren
Cohan e Emily Kinney, elas foram umas das melhores aquisições do elenco esse
ano, quem teve sorte foi Glenn, que descolou uma Lauren Cohan só pra ele.
Como se não bastasse essa segunda temporada ótima, tudo
indica que a terceira será melhor ainda, com a introdução do presídio e de
Michonne, uma das personagens mais adoradas pelos fãs do material original, que
por sinal anseio ler, mas falta-me a coragem pra isso. Quem sabe até a terceira
temporada eu já tenha minhas HQs de The Walking Dead em mãos...
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