A dose de Moffatina que tanto necessitávamos.
Verdade seja dita: Steven Moffat é um dos cabeças da
industria do entretenimento, ele assumiu com competência Doctor Who, ajudou
Spielberg a trazer Timtim aos cinemas e modernizou no ano de 2010 o clássico
detetive criado por Sir Arthur Conan Doyle, o que era pra ser apenas uma
minissérie com o selo de qualidade da BBC, se transformou numa primeira
temporada de sucesso com três episódios
de uma hora e meia. Agora, depois de intensos, sofridos e cruéis meses de
espera, mais três ótimos casos de Holmes são trazidos a TV pela mão de Moffat.
Tivemos “A Scandal in Belgravia”, “The Hounds of Baskerville”
e “The Reichenbach Fall”, todos baseados em contos escritos por Conan Doyle. E
é nesse quesito que a serie mostra à que veio: pegando obras de domínio publico
e adaptando-as com maestria para os dias atuais, sem soar forçado ou desvirtuar
completamente da obra original. Moffs conseguiu construir um equilíbrio que lhe
dá uma liberdade criativa incrível que Guy Pearce não conseguiu ao elaborar o
furreca Sherlock Holmes com Robert Downey Jr.
Olhando os três episódios, digo que gostei mais de “A
Scandal in Belgravia”, a saudade que tinha da série potencializou tudo e ver
Sherlock (Benedict Cumberbatch) solucionando um caso em 30 segundos foi
sensacional! Sensacional também foi à inclusão da estonteante Irene Adler
(Laura Pulver), linda e perigosa, não tem como não gostar. A química entre
Bennie (cansa escrever o nome dele inteiro) e Laura é afiada e tão bem na
tensão sexual que merecia mais.
Em “The Houds of Baskeville”, o episódio que julgo mais
fraquinho, vale pela história bacaninha da Área 51 do Chá e pela presença do
Alonso “Allons-y” de Doctor Who. Acredito que o motivo do episódio ter sido fraco foi por terem apostado demais em ação, lógico, era ação de qualidade, mas
ofuscou a atuação brilhante de Bennie e de Martin Freeman (como um Watson que
mais parecia Dana Scully de tão cético que estava).
Já que falamos em Watson, ele teve bastante destaque em “The
Reichenbach Fall”, tendo que se decidir se confia em Sherlock, ou se acredita
que ele é uma fraude, como um genial Jim Moriarty (Andrew Scott) acusa, se
passando por um ator maltrapilho contratado por Sherlock para ser o
arquiinimigo que alçará Holmes à fama.
Tão fascinante quanto ver Sherlock em acão, foi ver Moriarty em ação, ele é genial, perverso e cheio de trejeitos que causam um carisma inexplicavel num personagem que, se fosse em outra adaptação, seria caricato demais para causar tal efeito no pulico. O ultimo episódio teve um desfecho incrível com um
cliffhanger sensacional e a participação de Katherine Parkinson (a Jen de The
It Crowd) no papel de uma jornalista disposta a desmascarar Sherlock.
A 3ª temporada de Sherlock não tem previsão de estréia, mas
acredito que levará um tempo (ou é bom, ou é rápido, não dá pra ter os dois), a
parte boa é que dá para você, que não vê Sherlock, fazer uma maratona com
bastante calma. Na verdade, todo mundo devia fazer maratona de Sherlock. Não dá
pra se cansar de uma coisa boa dessas, Moffat é, literalmente, uma droga que
causa dependência.
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