terça-feira, 19 de abril de 2011

Lights Out – 1ª temporada


A primeira e única temporada da única série que vale a pena ver nesse ano de 2011.



Quando comentei o piloto de Lights Out, escrevi o seguinte: “a série já chegou socando toda a concorrência”, pois bem, a série foi cancelada em sua primeira temporada devido aos baixos índices de audiência, pelo visto ela não socou a concorrência, e sim tomou baixos golpes dela.

Lights Out girou em torno de Lights Leary (Holt McCallany) e sua desistência dos ringues de boxe após o pedido de sua esposa (Catherine McCormack). Entretanto, cinco anos depois de sua desistência, Lights se vê afundado em dividas, sendo obrigado a prestar serviços à Hal Brennan (Bill Irwin), uma espécie de agiota que tem suas diferenças com Barry Word (Reg E. Cathey), um agenciador de lutas de boxe que começa a preparar o terreno para a revanche entre Death Row (Billy Brown) e Lights. Ainda tivemos nessa temporada a suspeita de que Lights tenha demência pugilistica, causada principalmente pelos socos levados por boxeadores e que ocasionam em perdas de memória, alucinações e súbitas mudanças de comportamento.

Toda a primeira metade da temporada, mais precisamente até a luta de Lights com Morales (Gavin-Keith Umeh), eu fiquei fascinado pela qualidade do roteiro, amarrando com maestria as pontas soltas culminando com o retorno de Lights aos ringues, entretanto não posso deixar de mencionar o meu ódio por alguns personagens. A começar por Teresa, esposa de Lights, assumindo uma postura controladora que chegava a irritar, não sabendo ter uma discussão séria com o marido sem ameaçar largá-lo, e Lights abaixava a cabeça acatando as ordens da esposa, muitas vezes comentei no Twitter que Teresa era quem vestia as calças da relação, sendo Lights um pau mandado que acha estar fazendo a coisa certa.

Outro personagem que provocou meu ódio durante quase toda a metade da temporada foi o irmão de Lights, Johnny (Pablo Schreiber), sendo a ovelha negra da família que só se importa consigo mesmo, muitas vezes piorando a situação para Lights, que fechava os olhos para as sacanagens do irmão. Também detestei Daniella (Ryann Shane), a filha de Lights que descobriu sobre a suspeita de demência pugilistica do pai e começa a dar sermões inoportunos, simplesmente adorei a cena em que Lights explode e fala umas verdades para a filha mais chata da TV.
 
Incrivelmente, após a luta de Lights com Morales, todos esses personagens que eu detestava começaram a ficar suportáveis, lógico, eu ainda acho Teresa uma mala, Johnny o capeta em pessoa e Daniella tão inconveniente quanto um velhinho atrapalhando sua passagem quando você está morrendo de vontade de ir ao banheiro.

Apesar de personagens malas, Lights Out prendeu a atenção ao longo dos seus 13 ótimos episódios (ia até fazer um Melhor e Pior episódio, mas não consigo pensar num pior episódio), as duas lutas principais da temporada, Lights VS Morales e Lights VS Death Row foram vibrantes, do tipo de arrancar os cabelos de apreensão, cada um a seu modo (Morales com seus golpes sujos e Death Row com seu juiz sacana e comprado).

É mesmo uma pena Lights Out ter sido cancelada tão cedo, torcia pela serie, pela felicidade de Lighst e sua família, pela esperança de que uma das filhas de Lights decida lutar boxe e prosseguir com o legado da família. Lights Out não tinha medo de ser devagar, mostrando que o foco da série não era mostrar Lights voltar a lutar, mas sim mostrar Lights aprendendo que a verdadeira luta é pela felicidade, pode parecer clichê, e é, mas é a mais pura verdade.

 Ainda existe a esperança de que algum outro canal salve a série (Showtime talvez. AMC espero que sim. HBO espero que não), apesar dessa diminuir a cada dia.

Muitas séries terminam com muitas questões em aberto, por sorte Lights Out conseguiu encerrar sua vida com um desfecho satisfatório que ainda tem cliffhangers que abrem novas possibilidades para uma segunda temporada mas que funcionam bem sozinhos deixando para o espectador imaginar o que poderia acontecer em seguida.

Enfim, Lights Out foi nocauteada no seu primeiro round, mas apesar de ter perdido a luta, conseguiu reunir um grupo de leais seguidores que irão sempre se lembrar da melhor batalha já contada.

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