segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Damages – 4ª temporada



Uma temporada com mais problemas do que elogios.


Damages mudou de casa e trouxe uma temporada que causava ansiedade em todos por abordar questões como a guerra do Afeganistão, as operações secretas da CIA e a privatização de serviços do governo. Promessa de uma temporada polemica que se realizou, mas não por causa do tema, mas sim pelo desenrolar da carroagem.

Primeiro de tudo, deixo aqui minha estranheza causada pela liberdade proporcionada pela mudança de canal, na época do FX não tínhamos nudez ou palavrões, sim, isso não prejudica em nada, mas estávamos acostumados com uma série de um determinado jeito e mudaram completamente, no mínimo fica desconfortável.

A verdade é que essa 4ª temporada de Damages não parecia com Damages, os tão instigantes flashforwards e flashbacks sumiram em alguns episódios, quebrando a narrativa não-linear que a série tinha construído. Para se ter uma idéia: enquanto na 1ª temporada o flashforward que acompanha Ellen sendo julgada pelo assassinato do seu noivo avança paralelo à história principal, nesta atual temporada o flashforward aparece episódio sim episódio não e só repete o que mostrou na Season Premiere: Ellen chorando frente a um corpo. Isso sem falar da ausência da paleta de cores mudada para cada narrativa, nos tempos de FX os flashforwards tinham uma paleta de cores frias e os flashbacks cores quentes. Na 4ª temporada esse recurso foi muito pouco utilizado, desvirtuando completamente a série. A edição pecou muito em Damages, não sendo tão ágil quanto antes, não dá pra saber se foi uma decisão do canal, dos roteiristas ou se a equipe de edição simplesmente ignorou o que a série apresentava no FX.

Por falar em roteiristas, eles pecaram em desenvolver a história dessa temporada, poxa, tínhamos apenas 10 episódios que poderiam trabalhar o roteiro com bastante agilidade, mas o que vemos foi uma história que só engatou mesmo a partir do episódio 7 e nem por isso o roteiro deixou de ter problemas. Algumas soluções foram previsíveis demais, como Ellen ser testemunha contra Patty no caso da guarda da neta, ou Patty reabrir o caso Erickson mesmo após ter falado pra Ellen que não iria fazer isso. Isso sem falar de na Season Finale colocarem um flashback muito do mal feito para mostrar que o Sanchez (Chis Messina) matou o Boorman (Dylan Baker), pô! Já não estava na cara que ele fez isso quando ele apareceu no alto da escada vivinho da silva?! Tudo isso pra deixar claro que o Boorman matou os soldados do Sanchez, por que não ter explicado tudo no depoimento do Sanchez para o cara da CIA?! Teria funcionado bem melhor.

Mas o principal problema da temporada foi a patética e vergonhosa Ellen Parsons, que em nada se parecia com a determinada e ambiciosa Ellen das temporadas anteriores. Sim, Ellen foi ambiciosa nessa temporada, ambiciosa e burra! Correndo para a sombra da Patty cada vez que o Boorman ferrava com o caso. Os diálogos entre as duas podiam ser assim: “Ei, Patty, o que vamos fazer hoje?” “A mesma coisa que fazemos à 7 episódios, Ellen: Tentar derrotar o Erickson!” Tudo porcamente trabalhado, sendo salvo do verdadeiro fracasso pelo talento excepcional de Glenn Close, Dylan Baker e John Goodman. Todos trabalhando tão bem com o roteiro fraquinho que tinham em mãos, compensando todo o sofrimento causado por essa temporada problemática.

No fim, a quarta temporada de Damages se salva pelo conjunto da obra, ganhando apenas um satisfatório “Bom” no final de tudo. Entretanto, “Bom” não é tão bom assim se levar em consideração que Damages era “Espetacular!” anos atrás.

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