Diabos, não é que eu gostei de Terra Nova?!
Se tinha uma série da Fall Season que eu estava com zero de
vontade de ver, ela era Terra Nova, diferente da sua “irmã” Falling Skies, as
promos não me empolgavam e a história não me comprou de inicio. A única coisa
que me atraia na série era o nome de Steven Spielberg, eu que sou fã confesso
do cara e cresci vendo Jurassic Park.
Lógico, havia uma certa expectativa de ver Spielberg
trabalhar com dinossauros novamente, e a história de uma família disfuncional
que viaja à 85 milhões de anos no passado para fugir de um futuro apocalíptico
tem lá seu charme e potencial, mas vamos ao episódio de estréia:
Logo no começo descobrimos que Jim Shannon (Jason O’Mara) e
sua esposa, Elisabeth (Shelley Conn) vivem na ilegalidade, já que tem três
filhos, quando o permitido por lei são apenas dois para controle da
superpopulação. A policia local descobre e Jim é preso, até aí tudo bem, dois
anos numa cadeia do futuro não devem ser tão ruins assim, até por que o planeta
está com superpopulação, mas a cadeia não tem nem meia dúzia de presos. Só que
Elisabeth é selecionada para o programa Terra Nova, que nada mais é do que uma
fenda no tempo-espaço que leva os humanos à 85 milhões de anos no passado,
dando a oportunidade dos humanos recomeçarem a vida numa espécie de Jardim do
Eden. Então Jim escapa da prisão de segurança máxima e consegue embarcar
clandestinamente para Terra Nova junto com sua esposa e filhos, yay!
Só que Terra Nova também é um local perigoso, já que temos
dinossauros muito do megaevil querendo arrancar a cabeça das pessoinhas e tem
também Os Sextos, que são humanos que vieram na sexta remessa para Terra Nova e
que foram morar na floresta com seus ukuleles e ocasionais furtos de
equipamentos, para desgosto de Nathaniel Taylor (Stephen Lang), o capitão
badass motherfucker da parada.
Terra Nova tem seus tropeços, que podem ser facilmente
resolvidos ao longo dos próximos, usaram e abusaram da apresentação
óbvia dos personagens na pressa de mandar todo mundo pra Terra Nova sendo que
tinham um piloto de 1h 20min de duração, ou seja, tempo mais que suficiente
para apresentar com calma os personagens e o mundo apocalíptico em que a
família Shannon vivia. O que não aconteceu, apressaram demais tudo e o mundo
apocalíptico ficou pouco palpável, o que só prejudicou no que condiz ao carisma
dos personagens, que acabaram se limitando aos clichês do gênero.
Por outro lado, a ambientação do Complexo Terra Nova
funcionou muito bem, conseguiram fazer com que acreditemos que tudo era as mil
maravilhas pra depois mostrar que eles também tem seus problemas. E o mistério
envolvendo as escrituras na pedra é interessante, mas já matei de cara o que é:
na certa o filho desaparecido do Capt. Nathaniel sofreu um daqueles lapsos de
tempo na passagem do portal e o que era um piscar de olhos para os outros, para
ele foi centenas de dias e, ele como belo cientista começou a divagar sobre o
horizonte de eventos (Google it!) e anotava os cálculos na pedra, no fim ele
ficou louco e... bem, minha teoria só vai até essa parte.
Acredito que o problema de Terra Nova seja justo o que devia
ser seu trunfo: os dinossauros. Atrasaram a estréia da série para melhorarem os
efeitos e mesmo assim os dinossauros não convencem, isso sem falar da artimanha
muito da preguiçosa de embaçar a cena para disfarçar o Chroma key sem vergonha
que colocaram na série.
Comparando mais uma vez Terra Nova com Falling Skies, posso dizer que elas são muito parecidas,
ambas têm aquele toque Spielberg em mostrar famílias frente a situações difíceis
e todas têm tropeços que seriam arrumados tranquilamente. Terra Nova não vai
ser a série do ano, talvez não passe do terceiro episódio, muito menos será a
queridinha do Emmy, mas dá pra ter 40 minutos semanais de diversão
descompromissada.
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